quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quem eu sou

Meu nome é Marcelo, tenho 34 anos e sou formado em filosofia pela UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Iniciei minha militância política quando cursava o segundo grau, em abril de 1993, ao me filiar ao PCdoB - Partido Comunista do Brasil. Naquela época eu era influenciado pelo esquerdismo(a doença infantil do comunismo, segundo Lenin), que me fazia defender a luta armada como único caminho para o socialismo. A Revolução Cubana e a resistência armada contra a ditadura militar em nosso país, eram o meu modelo e guia, motivo pelo qual me filiei ao PCdoB(uma vez que esse partido organizou a Guerrilha do Araguaia). Entretanto eu sempre fui anti-stalinista, e isso acabou me levando a entrar em conflito com meus "camaradas" de partido, que eram e ainda são stalinistas(enrustidos, mas ainda são). Então sai do partido em janeiro de 1995, e me filiei ao PCB - Partido Comunista Brasileiro.

Apesar do PCB não ser stalinista, não podemos dizer que seja anti-stalinista. Tudo bem que é bem mais critico ao stalinismo do que o PCdoB, mas no fundo isso acaba sendo irrelevante, pois não adianta por exemplo, não ser nazista e ser critico dessa ideologia criminosa de extrema-direita(como é o caso dos integralistas). É preciso ser anti-nazista, condenar os seus crimes hediondos e combater essa praga com unhas e dentes, como fazem até mesmo os conservadores. O mesmo com relação ao stalinismo, ou seja, PCB e PCdoB acabam agindo como os integralistas agem com o nazismo, sendo que eles na extrema-direita, e os comunistas na extrema-esquerda. Eu era, eu sou e sempre serei anti-stalinista, por isso acabei saindo do PCB, em maio de 1995.

Em maio de 1995, me filiei ao PT - Partido dos Trabalhadores. A princípio, fiz parte da ala radical do partido, mas logo comecei a me aproximar do setor moderado dessa ala, ou seja, o pessoal ligado a Teologia da Libertação e ao "eurocomunismo". Então ao terminar o meu segundo grau, em 1996, não defendia mais a luta armada e tinha como modelo e guia, a filosofia marxista de Antonio Gramsci. A revolução no mundo capitalista desenvolvido é como uma "guerra de posição", pois "arde em fogo lento", cabendo a esquerda disputar a hegemonia na sociedade, combatendo o bloco histórico burguês que sustenta o capitalismo, e construindo um novo bloco histórico ligado ao proletariado, antes de se pensar em revolução socialista e coisas afins. Com Gramsci abandonei o esquerdismo e comecei a fazer uma profunda autocritica, que me levou a defender um caminho pacífico para o socialismo.

Na faculdade de filosofia, aprofundei ainda mais essa autocritica e acabei rompendo com o leninismo, ou seja, com a cultura bolchevique, pois constatei que em virtude dos graves erros desse modelo autoritario de socialismo, desenvolvido por Lenin, é que foi possível o surgimento do stalinismo. Deixei de me declarar comunista e passei a me declarar socialista, abandonando a ala radical do PT e me aproximando de sua ala "light". Em 1999, saudei as resoluções do II Congresso do PT, que não defenderam o "Fora FHC", que era puxado pelos radicais do partido, pelo PCdoB, PCB, e PSTU. E o principal, esse congresso definiu que o PT defende o socialismo democrático.

Entretanto, acabei ficando descontente com as práticas populistas e fisiológicas que a Articulação Unidade na Luta, promovia aqui no Rio de Janeiro. Liderada por Benedita da Silva, essa corrente tinha a hegemonia na direção do partido, fazendo com que o mesmo apoiasse o desgoverno de Garotinho, mesmo após esse atacar o partido. Apenas em 2000, quando era evidente que Garotinho não realizava sequer um governo compromissado com os ideais de seu partido na época, quanto mais com o socialismo democrático, é que o partido rompeu com o governo, mesmo com a então vice-governadora Benedita da Silva criticando essa ruptura. Então quando o PT decidiu lançar Benedita da Silva como candidata a prefeita do Rio, percebi que era a hora de sair do partido.

Em 2000, sai do PT e não votei em Benedita(votei em Alexandre Cardoso, do PSB - Partido Socialista Brasileiro, que ficou em 9º lugar. No segundo turno, com a disputa entre Cesar Maia e Conde, eu anulei o voto ). Abandonei a militância partidaria, mas continuei defendendo o socialismo democrático, motivo pelo qual faço esse blog.

Hoje sou professor de filosofia na rede pública estadual, onde leciono para turmas do ensino médio. Busco dispertar na medida do possível, a consciência critica nos meus alunos, e buscarei fazer o mesmo através desse blog, democrático, socialista e ecológico.

Um comentário:

  1. Parabens! Mais um pouquinho e você será de direita e poderá frequentar os cursos do Olavo Carvalho. Abração.

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