O PSOL - Partido Socialismo e Liberdade, nasceu há cinco anos atrás, reunindo dissidentes do PT e do PSTU. Reconhecendo que o bolchevismo cometeu erros, os psolistas construiram um partido sem a concepção autoritária do "centralismo democrático", garantindo dessa forma o pleno direito de tendências permanentes se organizarem em seu interior. Essa estrutura democrática garantiu o convivio de trotskistas, luxemburguistas, castristas, eurocomunistas e cristãos da Teologia da Libertação em um mesmo partido, unificando assim a esquerda socialista, sem sectarismos. Entretanto o partido não fez uma critica mais profunda ao bolchevismo, motivo pelo qual continua achando que o partido é o dono absoluto da verdade, e pior, promove a calunia contra aqueles que não se baseiam na sua cartilha esquerdista. Por isso os ataques ao governo Lula, ao PT e demais partidos da esquerda que apoiam o governo. Um desses ataques caluniosos é afirmar que o governo Lula é neo-liberal.
Oras, esse governo deteve o fetichismo privatista da era FHC, tanto que por exemplo, não privatizou o Banco do Brasil e a Caixa Economica Federal, como pretendia fazer o senhor Maílson da Nóbrega, quando ministro da Fazenda do governo FHC. Não privatizou Furnas, Eletrobras, e os Correios, como os tucanos e seus aliados democratas defendem. Nem mesmo a INFRAERO será privatizada, apesar de toda campanha em favor dessa privatização, ocorrida após a crise nos aeroportos.
"O ministro da Defesa, Nelson Jobim, descartou nesta quinta-feira, 14, a privatização da Infraero ao ser questionado sobre a proposta de cisão e privatização da estatal proposta por um estudo encomendado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
"O que está decidido exclusivamente é a Anac fazer uma formatação do processo de concessão de aeroportos que não é a privatização. O presidente da República já decidiu que faríamos a concessão de Viracopos, do Galeão e depois a concessão para a construção do novo aeroporto de São Paulo", declarou o ministro, após participar da missa de corpo presente do marechal Waldemar Levy Cardoso."
(Ministro Jobim descarta privatização da Infraero; O Estado de São Paulo On Line, 14 de maio de 2009)
O governo Lula também impediu que se realizasse a flexibilização dos direitos trabalhistas, como ameaçava fazer FHC, assim como mudou o paradigma das relações exteriores de nosso país, que antes era submissa ao imperialismo yankee. E mais, tem ampliado a participação do Estado na economia, o que vem promovendo o ataque raivoso dos neo-liberais.
Que o governo Lula possui graves erros, não assumindo um caráter de esquerda e até mesmo faltando com a ética e moralidade na política, isso todos sabem. Agora com certeza não é neo-liberal. A promoção da calunia para difamar os adversários, prática tão comum do bolchevismo, é a prática dos psolistas, que presos a um sectarismo que perde apenas para o sectarismo insano das "seitas" trotskistas, limita sua política de alianças a uma dessas "seitas", ou seja, o PSTU, e aos comunistas do PCB. As excessões foram em Porto Alegre e Macapá, onde nas últimas eleições o PSOL se aliou ao PV e ao PSB respectivamente.
O governo Lula não é de esquerda, não porque os petistas e seus aliados(PSB, PDT, e PCdoB) assim o querem, mas sim pelo fato da esquerda não possuir condições de disputar da hegemonia na sociedade. Na conjuntura atual, a esquerda precisa se aliar ao centro e até mesmo a centro-direita, para promover uma política capaz de superar o modelo neo-liberal e assim resgatar o nacional-desenvolvimentismo. Esse é o primeiro passo para a esquerda poder disputar a hegemonia, demonstrando a superioridade de um projeto democrático e popular sobre o projeto da burguesia, ou seja, demonstrando que o neo-liberalismo não é o "fim da história" e que a esquerda tem compromisso com uma política nacional-desenvolvimentista, que resgata a soberania nacional e o crescimento da economia, com geração de emprego.
Tudo bem que os petistas exageram, não era necessário ampliar tanto a aliança, como fizeram ao se aliar aos conservadores do PP - Partido Progressista(herdeiros da ARENA), e do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro. O governo poderia assumir um perfil social democrata mais combativo, assumindo um perfil moderado de esquerda. Entretanto isso não justifica em hipótese alguma as acusações caluniosas que os psolistas fazem.
O governo Lula não é neo-liberal, é um governo de centro-esquerda moderado, que possui erros sim, mas que tem promovido a redução da miséria em nosso país, quer queira ou não os adeptos do esquerdismo, a doença infantil do comunismo.
Apesar de possuir pessoas esclarecidas em seus quadros, como os intelectuais eurocomunistas Carlos Nelson Coutinho, Leandro Konder, e Milton Temer, além de bons parlamentares como Chico Alencar e Marcelo Freixo, o PSOL mais parece um PSTU com tendências, apesar de ser bem mais lucido e consequente do que essa "seita" trotskista.
Obs: o interessante é o PSOL se julga o dono da ética na política, o porta voz exclusivo da moralidade. Se esquece entretanto do caso do senador Geraldo Mesquita Jr, que saiu do partido após ser acusado de cobrar uma espécie de "mensalinho" dos funcionários de seu gabinete. Defendido por Heloísa Helena, que agradeceu sua contribuição a construção do partido, Geraldo Mesquita Jr é hoje do PMDB.
Também se esquece que a ex-senadora Heloísa Helena também participava da farra das passagens aéreas do Senado. E pior, Heloísa Helena continuou usando a cota de passagens depois de deixar o cargo de senadora. Um dos passageiros que viajou, mais de uma vez, na cota de Heloísa Helena, foi seu filho Ian Carvalho.
Heloísa Helena disse que todos os voos foram legais. “Tenho consciência absolutamente tranqüila, pois tudo que foi feito está totalmente de acordo com a legalidade institucional vigente”.
E mais, reportagem publicada na edição de 19/04/2009, do jornal "O Estado de S. Paulo", informa que o delegado Protógenes Queiroz, da Operação Satiagraha, teria utilizado passagens aéreas da cota da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) para participar de uma palestra na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de um ato contra a corrupção, em Porto Alegre, em novembro, com a presença da ex-senadora Heloisa Helena (PSOL-AL).
O uso das cotas de passagens aéreas da Câmara e do Senado não é proibido ou ilegal, mas com certeza é imoral. Principalmente se usadas após não mais exercer o mandato. Cadê a coerência dos psolistas??? Se fazem passar de porta vozes exclusivos da moralidade na política, mas agem desse modo??? É a moral hipócrita dos bolcheviques, que continua sendo usada pelos psolistas.
POR ISSO EU DIGO QUE O PSOL NÃO É O MEU PARTIDO, E QUE EM HIPÓTESE ALGUMA É ALTERNATIVA PARA A ESQUERDA SOCIALISTA E DEMOCRÁTICA. É ALTERNATIVA SIM, PARA A EXTREMA-ESQUERDA E PARA OS COMUNISTAS, QUE AGORA POSSUEM UM PARTIDO COM UM MÍNIMO DE LUCIDEZ E DE ESTRUTURA DEMOCRÁTICA.
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