Os trotskistas e seu sectarismo doente(que os leva a brigar entre si mesmos, basta observar as trocas de acusações e até mesmo de agressões entre militantes do PCO e do PSTU), vivem acusando o stalinismo de ser o grande responsável pela falência da URSS. Segundo eles, a política do "socialismo em um único país", foi a responsável pela burocratização do socialismo soviético. Se esquecem entretanto, que Lenin tentou exportar a revolução ao invadir a Polónia em 1920, mas o Exército Vermelho foi derrotado pelos poloneses. Se esquecem que a revolução fracassou na Alemanha e que saiu vitoriosa apenas na Hungria, mesmo assim durou menos de quatro meses, pois foi esmada pelos contra-revolucionários que estabeleceram um regime fascista, que durante a Segunda Guerra Mundial iria se aliar a Alemanha nazista. E o principal, se esquecem que a Rússia estava arrasada em consequencia da Primeira Guerra Mundial e da Guerra Civil de 1918-1922, portanto não haviam condições para se exportar a revolução. Stalin e a maioria absoluta dos bolcheviques estava corretissima ao aplicar a política do "socialismo em um único país", até porque o próprio Lenin já sinalizava nessa direção ao observarmos as resoluções do II e III Congressos da Internacional Comunista.
Essa política não implicava no abandono da luta pelo socialismo, mas sim no reconhecimento que essa luta seria dificil no ocidente capitalista, não seria algo iminente, cabendo portanto aos comunistas soviéticos construirem o socialismo em seu próprio país, enquanto os partidos comunistas no ocidente capitalista buscavam disputar a hegemonia na sociedade, principalmente através da construção de frentes populares anti-fascistas. A luta pelo socialismo nesses países iria ser dificil, pois ao contrário da Rússia e de outros países onde ainda existia uma realidade semi-feudal, no ocidente capitalista a sociedade civil era desenvolvida e o poder da burguesia baseava-se não somente na coerção, mas principalmente no concenso. O revolucionário e filósofo marxista italiano Antonio Gramsci teorizou amplamente essa questão.
E mais, enquanto a URSS stalinista exportou o socialismo para os países do Leste Europeu, após a Segunda Guerra Mundial, e os stalinistas de Enver Hoxha na Albania, e os stalinistas de Kim Il Sung na Coréia do Norte, estabeleceram o socialismo em seus respectivos países, e outros modelos não stalinistas como o titoismo na Iuguslávia, e o maoismo na China, foram vitoriosos e levaram o socialismo a esses países, o que fizeram os trotskistas??? Qual revolução, mesmo fracassada, foi dirigida por partido ou movimento trotskista???? A resposta é NENHUMA!!!
Como podem fazer revolução se vivem presos a um esquerdismo alucinante, que os leva a promover um sectarismo doente??? Eles acham que a revolução é iminente, basta mudar a direção do movimento operário, mas quando eles assumem alguma direção, jogam o movimento no gueto com suas políticas vanguardistas, voluntaristas e sectarias.
E mais, o trotskismo defende o mesmo tipo de socialismo totalitario e burocratico que o stalinismo promoveu, tanto que em 1920-1921, Trotsky defendeu a militarização do trabalho e a estatização dos sindicatos, assim como a rapida industrialização, políticas que Stalin acabou imprementando em 1928.
"A discussão em torno do papel do Estado, sua relação com os sindicatos, a autonomia da classe operária nada disso fora palavrório oco. Lênin, com a NEP, propunha agora um outro caminho, com maior liberdade para a cidade e o campo, recuperando o papel do mercado, compreendendo que o capitalismo ainda tinha fôlego para se desenvolver numa sociedade que ele acreditava estar caminhando para o socialismo. Trotsky tinha outra visão, que mais tarde, ironicamente, será integralmente adotada por seu mais visceral inimigo, Stalin. Está certo Deutscher quando afirma não haver praticamente nenhum aspecto do programa sugerido por Trotsky em 1920-21 que Stalin não tenha usado durante a industrialização acelerada da década de 1930. Adotou o recrutamento forçado, subordinou os sindicatos, estimulou a disputa de produção entre os trabalhadores, na linha do taylorismo soviético defendido por Trotsky."
(Emiliano José; em "Trotsky: do pomar para a Revolução")
O que causou a burocratização do Estado soviético foi a política absurda do "comunismo de guerra", que tentando estabelecer o socialismo por decreto, estatizou toda a economia e levou a ruptura da aliança operário-camponesa. Lenin ainda tentou corrigir isso, através da Nova Política Economica, mas a cultura bolchevique não permitiu que essa política fosse adiante, e Stalin acabou adotando as mesmas políticas que Trotsky defendia, promovendo a coletivização forçada no campo e a rapida industrialização, que consolidou o poder da burocracia ao estatizar toda a economia, explorando brutalmente os trabalhadores urbanos e causando a morte de cerca de 10 milhões de camponeses, seja pela repressão ou pela fome que essa política de coletivização acabou promovendo.
O socialismo soviético também fracassou em virtude do autoritarismo bolchevique, que desde o momento que se estabeleceu no poder, transformou os sovietes e os sindicatos em correias de transmissão do Partido Comunista, além de ter dissolvido a Assembléia Constituinte em janeiro de 1918. E assim que a guerra civil esquentou, Lenin e seus camaradas proibiram todos os partidos, com excessão do Partido Comunista, estabelecendo a ditadura de partido único que logo se transformaria no regime totalitario que descaracterizou o socialismo. E esse autoritarismo bolchevique, criticado por Rosa Luxemburgo em "A Revolução Russa", escrito em 1918, tinha o apoio total de Trotsky.
Está corretíssimo o filósofo marxista italiano Pietro Ingrao, que afirmou: "Já Lenin afirmava a construção violenta do Estado e do poder político, e não se tratava só de uma resposta revolucionária ao sangue do capitalismo. Era uma idéia errada, erradíssima, de abuso e de esmagamento, que também atingiria, cedo ou tarde, uma parte do movimento operário." (Pietro Ingrao; Em depoimento dado a Antonio Galdo, intitulado "Il compagno disarmato" [Milão, 2004])
E mais, o isolamento da URSS não se deveu exclusivamente a derrota do socialismo na Europa Ocidental, mas também devido a repressão contra movimentos islâmicos independentistas no Cáucaso, mantendo a prisão dos povos que era o velho império czarista em uma união soviética forçada, impedindo assim que movimentos semelhantes existentes na Ásia, se aproximassem da causa socialista. E a ruptura da aliança operário-camponesa impediu que em países onde o campesinato era maioria, também seguissem o caminho soviético. Isso só seria mudado com a vitória da Revolução Chinesa em 1949.
"Até certo ponto, era inevitável que, uma vez refluída a primeira vaga revolucionária na Europa ocidental, a burguesia ganhasse um período de respiro. Mas, provavelmente, não era inevitável que um processo autodestrutivo começasse a atingir a Revolução Russa a partir de 1918. E a verdade é que já nesse ano os bolcheviques começam a falhar em dois pontos, que todos esperavam que a revolução fosse resolver: o desmantelamento da prisão dos povos, que era o império czarista, e a realização de uma aliança operário-camponesa, questão importantíssima numa época em que o campesinato ainda tinha grande peso em muitas regiões do mundo.
A prisão dos povos foi mantida contra as nações islâmicas do ex-império czarista e contra os povos do Cáucaso em geral. Isso destruiu os movimentos islâmicos favoráveis aos bolcheviques; e, com isso, o Império Britânico ficou com suas mãos livres para prosseguir sua política colonial no Oriente Médio e na Índia. Parte do famoso isolamento da Revolução russa veio daí, e não apenas dos acontecimentos na Europa." (Vito Letízia; em "A era do retrocesso: as esquerdas e as guerras no século XX")
O caráter totalitario do trotskismo, que em nada se diferencia do stalinismo, pode ser constatado na seguinte afirmação de Leon Trotsky:
“A verdade é que, em regime socialista, não haverá aparelho de coerção, não haverá Estado. O Estado se dissolverá na comuna de produção e de consumo. Entretanto, o caminho do socialismo passa pela tensão mais alta da estatização. E é exatamente este período que atravessamos. Assim como um lampião, antes de se apagar, brilha com uma flama mais viva, o Estado, antes de desaparecer, reveste a forma da ditadura do proletariado, a forma mais impiedosa de governo que existe, um governo que envolve, de maneira autoritária, a vida de todos os cidadãos. É essa bagatela, esse pequeno grau na história que [...] o menchevismo não viu, e foi isto o que lhe fez tropeçar”
(Leon Trotsky; "Terrorismo e Comunismo")
Ao afirmar que a ditadura do proletariado é a forma mais impiedosa de governo que existe, Trotsky está dando sinal verde para o totalitarismo da era stalinista, até porque para voltar à imagem, e se o lampião em vez de se apagar não só continuasse aceso mas pusesse fogo no mundo? Foi o que aconteceu com o stalinismo. As diferenças entre Trotsky e Stalin são minimas, mas ainda hoje tem comunista babaca que acha que Trotsky representa um anti-stalinismo.
E se não bastasse viverem brigando entre si, os trotskistas ainda promovem acusações caluniosas contra o resto da esquerda. O PSTU, por exemplo, afirma que o PSOL é um partido "centrista pequeno-burguês" e "reformista". Aonde que o PSOL é "centrista pequeno-burguês", se rompeu com o petismo justamente por condenar esse tipo de política??? E aonde o PSOL é reformista, se deixa claro que luta pelo socialismo com liberdade, limitando suas alianças a partidos de esquerda, em especial ao próprio PSTU??? Esses trotskistas tem "massa marrom" na cabeça, por isso falam tanta besteira.
O trotskismo é tão nocivo quanto o stalinismo, mas infelizmente a maior parte da esquerda não enxerga isso.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário